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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

PRÁTICA REFLEXIVA E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA





As atuais teorias lingüísticas e as propostas de ensino de Língua Portuguesa nas séries inicias apontam para o texto como objeto central de ensino. Nesse sentido, a prática de análise lingüística do texto se torna essencial para que o docente leve a efeito o texto como eixo de articulação e progressão curricular.

Nessa concepção, as atividades de leitura, produção de textos, análise lingüística e refacção textual passam a ser integradas, proporcionando aos alunos, orientações mais claras quanto à compreensão e produção de textos; e aos professores, o estabelecimento de critérios para a organização de sua prática pedagógica e a possibilidade de transposição didática. Entretanto, essa prática requer do professor o desenvolvimento de capacidades de percepção lingüística que promovam ação autônoma, crítica e ética.

Conforme Marcuschi (2004), a formação intelectual do aluno de Letras e demais cursos na área de Humanas deve estar voltada à formação para a competência e não para a simples competição no mercado. Assim, adotando-se o conceito de competência aplicada como capacidade de viver profissionalmente o que se sabe teoricamente é que os estudos atuais vêem o texto como o foco de todo o aprendizado. Ele é o centro de tudo...

Os estudos lingüísticos desenvolvidos atualmente operam com conhecimentos de outras ciências para dar conta de estudar criticamente a linguagem, formulando modelos teóricos no âmbito dos procedimentos de interpretação e produção lingüística. Silva (2007) destaca como questões recentes da Lingüística: a noção de conscientização lingüística, o “modo” de aprendizagem de línguas, a aprendizagem via interações dialógicas, os padrões de interação professor-aluno, a aprendizagem centrada no contexto e o professor como
pesquisador. O mestre deixa de ser o que sabe, mas o que aprende sempre.

Também Rojo (2008) apresenta uma metodologia transdisciplinar para fazer a análise enunciativa da aula dialogada, interativa como gênero escolar, propondo a relação entre o sistema de atividades que a constitui e o sistema de gêneros textuais (orais e escritos) que se alinham para promover uma dada intenção enunciativa. Assim, ao estudar a enunciação de uma aula dialogada, a pesquisadora descreve as vozes em conflito do autor de um texto lido por um aluno e da professora, que, numa atitude bastante comum na prática docente, interrompe-o para comentar o texto; entretanto, fica evidente que ela desvirtuou o sentido do texto.

Atualmente as aulas de Língua Portuguesa deixam de ser meramente aulas de gramática e passam a ser aulas de várias linguagens e de diversos gêneros textuais, entre eles os mais usados na mídia: os gêneros textuais vieram para ficar. São usados em todos os lugares de comunicação e em todas as situações comunicativas. Faz-se necessário ao professor atualizar-se, a fim de que não fique a mercê da aprendizagem meramente bancária que não tem mais respaldo diante de tantas mudanças tecnológicas. O mundo mudou e a escola também necessita mudar e acompanhar o que está em sua volta.

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